Ponta do Ouro - Moçambique
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Moçambique é um dos países africanos da costa índica que foi colonizado por portugueses, por isso, tem como herança a língua lusitana além de manter vivas as suas línguas vernaculares. No extremo sul do país existe uma pequena localidade chamada Ponta do Ouro, situada na fronteira com a África do Sul. Ponta d'Ouro (conhecida também como Ponta) possui belezas ímpares, águas quentes, e é cercada por montanhas onde se pode caminhar e apreciar a migração baleias que passam por ali nos meses de junho e julho. A vegetação verde que cobre as montanhas esconde o terreno arenoso que se vê nas estradas e ruas do vilarejo. O clima tropical-seco garante boa parte de sol ao longo do ano o que torna o lugar um verdadeiro pedaço de paraíso.
De difícil acesso (só se pode chegar no local com veículos 4X4 ou de barco), aventureiros que desejarem conhecê-la, devem se preparar para pelo menos 60 km de estrada de areia fofa, se vindos da África do Sul; ou 115 km se vindos de Maputo, a capital moçambicana. No entanto, existem veículos saindo de Maputo que levam e trazem turistas que não possuem transporte adequado para a travessia. Apesar do desafio, essa travessia vale a viagem, além de geralmente ser a céu aberto apreciando a paisagem e sol, ainda se pode parar para tomar um suquinho feito na hora por simpáticas mulheres africanas, geralmente cercadas por sua prole, à sombra de baobás e coqueiros.
Apesar de pequeno, o vilarejo tem como tradição o turismo esportivo uma vez que seus ventos fortes atraem praticantes de kite e windsurf e outras modalidades ligadas ao mar. Por isso, possui uma boa estrutura turística com pousadas, hotéis, restaurantes, bares, e também hospitais e mercados de rua que oferecem uma gama variadíssima de comércio: desde de roupas de produção local e também chinesas, frutas, verduras, temperos, acessórios de praia, artesanato e pesca. A pesca, forte modo de produção econômica, é um dos grandes atrativos do local. Para os apreciadores de frutos do mar, pode-se encontrar uma extensa variedade à venda, fresquíssimos coletados quase na hora.
Por ter sido colonizada por portugueses, a arquitetura do local e típica, e contraditoriamente moçambicanos procuram preservar sua história colonialista.
Há um pequeno museu na vila que se pode visitar, e se vê traços históricos ao caminhar pelas ruas de terra.
A noite há muitas coisas para fazer já que moçambicanos adoram uma festa. Bares e clubes ficam abertos até o último cliente ir embora, não importa a hora, e geralmente se pode jogar bilhar, pimbolim, dançar, ou, o que eles mais gostam: contar 'causos de pescador'.
Durante o dia não faltam opçōes de laser, prazer ou ócil: degustar camarão na beira do mar, praticar esportes ou sentar na areia e apreciar os esportistas, caminhar nas montanhas ou nas ruas e conversar com artesãos, jogar futebol com crianças moçambicanas, ou apenas sentar na encosta e ler um livro.
Os bares e quiosques na beira do mar geralmente embalados por música alta, tocam uma diversidade de gêneros: músicas locais ou tradicionais, afro-eletrônico, afro-jazz, reggae, pop internacional e ainda se pode pedir a sua opção pois moçambicanos são abertos e hospitaleiros. Tudo isso regado a cerveja local, a 2M, uma das campeãs de venda; e o Piri-piri, um tipo de pimenta com sabor peculiar muito presente na culinária moçambicana.
Ponta d'Ouro não é o tipo de lugar que se planeja passar um fim de semana no meio de 15 dias de viagem; é uma missão chegar lá, sem contar o visto de entrada (por exemplo, para brasileiros é necessário visto que deve ser providenciado antecipadamente). O ideal seria passar pelo menos uns cinco dias, e descobrir todos os encantos que o lugar oferece. No entanto, Maputo, Swaziland e Krueger Park ficam perto, e são atrações imperdíveis para quem chega de longe, pela paisagem (flora e geografia), cultura (visitar as tribos em 'Home-staying e festivais de música africana e o centro urbano de Maputo) e fauna (os 'Big Fives': elefantes, rinocerontes, leões, búfalo e leopardo; bem como girafas, hipopótamos, ienas, bauínos, gazelas entre outros).
A arte moçambicana pode ser vista nos muros de Ponta, bem como nas ruas diretamente com os artistas que desenvolvem trabalhos em madeira, ossos, pedras e batik em tecidos. Diversos murais e paredes pintadas exploram a cultura africana, e deixam transparecer a sua sensualidade. O falo é um tema constante nos grafites, bem como as curvas corporais das mulheres, geralmente relacionando-a à natureza.
Mulher, magia e natureza são inseparáveis na cultura moçambicana. No grafite ao lado, as pernas da musa se confundem com as montanhas ao fundo, e seu olhar vago admira o mar ao longe. Ela se recosta no coqueiro aproveitando sua sombra e segura uma garrafa de água feita de terra-cota com inscrições indígenas.
As crianças sāo doces e atenciosas, e adoram ensinar os dialetos locais, que sāo ao todo 33. Um cuidado básico, antes de se aproximar de crianças, o ideal seria consultar os pais para nāo gerar problemas e mal entendidos.
Existem muitos estrangeiros que optaram por viver no local, pela fartura de recursos naturais, hospitalidade e segurança. As portas ficam todas abertas e sāo raríssimos os casos de roubo e assalto, geralmente ocorridos nas altas temporadas. Na temporada é comum ver um policial dando ronda na praia para garantir que nenhum oportunista aproveite o ensejo.
Inspiradora e bucólica, Ponta possui praias que convidam para um mergulho seja no amanhecer, ou entardecer. O alto fluxo de turistas acontece geralmente no período de férias escolares na África do Sul; sul-africanos amam o lugar, e lotam as pousadas nas festas de ano novo e páscoa, então se o objetivo é descansar, Ponta não é um destino ideal nestas datas.
Ponta d'Ouro, um lugarzinho no mundo que toca fundo nas emoções, uma espécie de paraíso escondido, fora do tempo, mas que permanece dentro do coração.
